Redação
Geração Z: como e por que se adaptar às novas demandas

A geração Z é formada por pessoas nascidas entre 1995 e 2010. A esse grupo também foi atribuído o título de “nativos digitais”, por terem crescido em um mundo hiperconectado e por utilizarem esse recurso de uma maneira absurdamente natural.
Justamente essa característica de conexão full time mudou a maneira como bens, produtos e serviços são adquiridos e consumidos.
Segundo o relatório Consumer View da National Retail Federation, os Gen Z, como também podem ser chamados, têm grande poder de influência sobre os demais membros da família durante a realização de uma compra. Dependendo do que será adquirido, essa interferência na tomada de decisão pode variar entre 74% e 92%.
Mas não pense que esse poder de compra tem base apenas na questão familiar. De acordo com dados do Bank of America citados na mesma matéria, a renda mundial combinada dessa geração é de US$ 7 trilhões. A estimativa é que suba para US$ 33 trilhões até 2031, o que representará quase 30% de toda a renda do mundo.
E não é somente na questão financeira que os Gen Z impactam o consumo. Essas pessoas também priorizam a ética das empresas com as quais se relacionam, a origem e modo de fabricação itens e uma boa e efetiva comunicação.
Os padrões de consumo da Geração Z
Uma pesquisa da McKinsey & Company levantou como a Geração Z impactará as empresas de bens de consumo. Com dados qualitativos dessa geração presente nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, o estudo chegou às seguintes constatações:
consumo como acesso e não posse;
consumo como uma expressão da identidade individual;
consumo com base na ética.
Consumo como acesso e não posse
A Geração Z entende que consumir é ter acesso e não necessariamente possuir um produto ou serviço.
Comportamentos anteriormente comuns como ter uma casa ou ter um carro, estão sendo substituídos pelo conceito de compartilhamento — um bom exemplo é o crescimento dos serviços de streaming de música e filmes e de transporte urbano privado.
Consumo como uma expressão da identidade individual
Se gerações anteriores buscam e usavam marcas para se sentirem parte de um determinado grupo, e até por questão de status, a Gen Z prioriza a personalização como forma de manter a sua individualidade.
Segundo o levantamento da McKinsey & Company, 58% das pessoas entrevistadas que pertencem à classe A e 43% que pertencem à classe C disseram que pagariam mais para ter acesso a ofertas personalizadas.
Consumo com base na ética
A hiperconexão dá à geração Z acesso quase que total às informações de uma empresa, e isso tende a incluir também a realidade por trás das marcas. A depender do que “descobrem”, pode haver um impacto direto em suas decisões de compra:
70% afirmam que buscam adquirir produtos de companhias que consideram éticas;
65% analisam a origem antes de adquirir algo, por exemplo, como, onde e de que forma é produzido;
80% deixam de comprar de marcas envolvidas em escândalos ou controvérsias.
Uma pesquisa da Gente/Globosat destacou que essa geração faz questão da transparência nas suas relações de consumo.
Tanto que 26% dos Gen Z rejeitam produtos dependendo da maneira como esse foi fabricado — o mesmo comportamento é adotado por apenas 19% dos que fazem parte da Geração Millennials.
As prioridades e comportamentos dessa geração
As características da geração Z dão o tom às suas prioridades e comportamentos. Esse grupo de pessoas prezam a busca pela verdade, a liberdade de expressão individual e rejeitam rótulos.
Um dado que reforça esse último ponto é que 48% dos Gen Z valorizam marcas que não fazem a separação dos seus produtos como masculino ou feminino, ou seja, que adotam o conceito genderless (sem gênero).
Além disso, essas pessoas se mobilizam pelas causas que acreditam, e têm o diálogo como o caminho mais apropriado para resolver conflitos e melhor a situação ao seu redor.
No mercado de trabalho também anseiam por condições diferentes às procuradas por outras gerações. Por exemplo, de acordo com o relatório da Gente/Globosat:
a oportunidade de crescimento é o principal critério na hora de escolher uma empresa para trabalhar (34%), e está à frente da remuneração (28%);
38% esperam que a companhia preste cuidados com a sua saúde;
96% acreditam que líder é aquele que busca o desenvolvimento da equipe.
E considerando a priorização do diálogo e do desenvolvimento pessoal, como citado, essa geração prefere receber feedbacks mais constantes.
Segundo dados divulgados no portal Inc., 60% gostariam de receber de suas chefias vários apontamentos durante a semana, e 40% defendem interações diárias e mesmo várias vezes em um mesmo dia. Somado a isso, 72% preferem comunicação presencial no ambiente de trabalho.
Como as empresas podem se adaptar à Geração Z
No que se refere às novas demandas de consumo, as empresas precisam pensar em estratégias que ajudem a aumentar a conexão e o engajamento desse grupo ao redor de suas marcas — lembrando que a comunicação e a transparência é um quesito primordial para essas pessoas.
É necessário também mesclar produções em massa com a possibilidade de personalização de produtos e serviços, a fim de garantir que a individualidade seja mantida. Ofertas agênero, por sua vez, contemplam a diversidade e a inclusão e vão ao encontro do comportamento e prioridades dos Gen Z.
Por fim, é preciso garantir que o que a marca está defendendo e propagando realmente é compatível com a sua realidade nos bastidores. No caso, estamos nos referindo a compromissos sociais, comunitários, preservação da natureza e outros pontos relacionados à ESG no que tange produção e entrega dos seus produtos e serviços.
E falando um pouco sobre o impacto da Geração Z no ambiente de trabalho, a aquisição e retenção de talentos também segue outro ritmo. Conforme apontado na reportagem do Inc., as redes sociais se tornaram os principais canais utilizados por essas pessoas para saberem mais sobre uma empresa antes de decidirem trabalhar nela ou não.
Inclusive, essa abordagem também está sendo utilizada por recrutadores, como é o caso do projeto TikTok Resumes, nos quais candidatos enviam vídeos ao invés de currículos para apresentar suas habilidades e experiências profissionais.
Em resumo, a Gen Z está ditando a maneira como as companhias criam e oferecem seus produtos e serviços, e até a forma como montam seus times.
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