Redação
Negritude e impacto: conheça 8 mulheres negras que estão fazendo a diferença na América Latina
Executivas, empreendedoras, escritoras e políticas que estão inspirando outras mulheres negras em suas carreiras.

Hoje, 25 de Julho, é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Essa data busca cada vez mais dar enfoque às mulheres pretas, que ano após ano quebram barreiras e constroem coisas incríveis.
Eu, como uma mulher negra e líder do pilar de Raça e Etnia da Movile, me sinto diretamente impactada por cada uma dessas mulheres que conseguem abrir novos caminhos para que mais mulheres pretas como eu alcem voos mais altos.
A celebração desta data surgiu como um marco na discussão sobre as vivências femininas Afro ⸺ latinas e indígenas ⸺ e busca trazer luz, sobretudo, aos preconceitos de gênero e raça estruturais que oprimem a mulher negra em vários âmbitos em toda América Latina.
No Brasil, essa data homenageia Tereza de Benguela, uma importante líder quilombola, que resistiu à escravidão por mais de 20 anos e foi responsável pela estruturação política, econômica e administrativa do Quilombo do Quariterê, localizado no atual estado do Mato Grosso.
Além de Tereza de Benguela, gostaria de apresentar algumas outras mulheres que geram impactos sociais, econômicos e estruturais ⸺ não só no Brasil mas na América Latina ⸺ e que, pessoalmente, me inspiram dia após dia.
Djamila Ribeiro
Djamila Ribeiro é Mestra em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo e autora de livros best-sellers como Lugar de Fala”, “Quem tem medo do Feminismo Negro?” e “Pequeno Manual Antirracista”. É coordenadora do Selo Sueli Carneiro e da Coleção Feminismos Plurais que, em dois anos, publicou nove livros de oito autoras e autores negros. É colunista do jornal Folha de S. Paulo é considerada pela BBC uma das 100 mulheres mais influentes do mundo. Foi laureada pelo prêmio Prince Claus Awards, concedido pelo governo holandês.
Erica Malunguinho
Erica Malunguinho é mulher trans e atua em pautas ligadas à população LGBTQIA+, direitos das mulheres, combate ao racismo, educação, saúde, entre outras. Ela foi a primeira pessoa transgênero a conquistar uma vaga na Alesp, com mais de 54,4 mil votos, nas eleições de 2018.
Nina Silva
Nina Silva é executiva de Tecnologia da Informação com mais de 20 anos de experiência no segmento de Produtos e Serviços de TI em empresas nacionais e multinacionais. Atualmente é CEO do Movimento Black Money & D'Black Bank, é reconhecida como Most Disruptive Women Global Award.
Kelly Baptista
Kelly Baptista é diretora da Fundação 1 Bi, instituição que fomenta projetos de tecnologia visando ao impacto social e conta com apoio da Movile e suas empresas investidas desde 2019. Atua há 20 anos com projetos de geração de renda, em especial para mulheres em situação de vulnerabilidade social e qualificação profissional de jovens periféricos e, desde 2001 participa de movimentos sociais (estudantil, alfabetização, negro e feminino), bem como da elaboração de projetos sociais, educacionais e de sustentabilidade voltados para diversos públicos, pesquisando e desenvolvendo metodologias.
Recentemente gerenciou a área de qualificação profissional e empregabilidade de jovens na Rede Gerando Falcões, atuando com equipes em 10 favelas em diferentes locais do País, para a preparação e formação técnica de mais de 3 mil jovens para o mercado de trabalho, e empregando ao menos 330 deles.
Além disso, durante 11 anos, atuou como Coordenadora de Projetos Sociais do Consulado da Mulher, a ação social da Consul. Kelly é pós-graduada em gestão de políticas públicas pela Universidade Federal de São Paulo, possui pós-graduação em gestão de projetos sociais pelo Senac, além de ser graduada em logística com ênfase em transportes pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo. Também atua na Rede de Líderes da Fundação Lemann, é colunista do Site Mundo Negro e Conselheira Fiscal do Instituto Djeanne Firmino.
Rachel Maia
Rachel Maia é executiva de finanças com quase 30 anos de experiência atuando em grandes multinacionais do segmento de Luxo, mulher preta e periférica, atualmente é CEO na RM Consulting, Conselheira VALE, CVC e Banco do Brasil ; colunista Revista RAÇA, VOGUE e O GLOBO, fundadora do CAPACITA-ME e embaixadora do projeto GURI.
Piedad Córdoba
Piedad Córdoba - é uma mulher preta, advogada e política da Colômbia. Ex-senadora, como trabalhou principalmente pelos direitos da mulher, pelas minorias étnicas e sexuais e pelos direitos humanos.
Luana Ozemela
Luana Ozemela - Luana Ozemela é ativista do movimento negro Gaúcho, empresária e, agora, investidora de empresas fundadas por empreendedores negros. CEO da DIMA, Doutora em economia e professora pesquisadora de gênero e políticas públicas da universidade Hamad Bin Khalifa da Fundação do Qatar.
Jandaraci Araújo
Jandaraci Araújo é mulher, preta e nordestina, atual CEO da 99 Jobs, co-fundadora do Conselheira 101 (programa de incentivo à presença de mulheres negras em conselhos de administração), foi subsecretaria de empreendedorismo, pequenas e médias empresas do Estado de São Paulo e ex-diretora-executiva do Banco do Povo. Inclusive, foi a primeira mulher negra a ocupar um cargo de tamanho destaque desde a criação da instituição, em 1997.
Essas e tantas outras mulheres pretas são importantes para que cada vez mais o feminismo negro faça parte das discussões corporativas e consigam nos fazer refletir sobre as particularidades das identidades femininas negras no Brasil. Dessa forma, quanto mais discutirmos o que é ser uma mulher negra, mais faremos as nossas vozes serem ouvidas e conseguiremos ocupar os espaços que são nossos por direito.
