
Redação
O que diz a pesquisa de investimentos em logtechs na América Latina da Movile?

Entre os tipos de startups que ganharam visibilidade nos últimos anos estão as logtechs, empresas de tecnologia voltadas para a gestão e otimização de processos da cadeia de suprimentos (supply chain).
Essas companhias são responsáveis por criar soluções para resolver problemas desse setor, os quais vão desde a fabricação até a entrega de produtos e/ou serviços para o consumidor final.
Segundo a pesquisa de investimentos em logtechs na América Latina da Movile, conduzida pelo Distrito, plataforma de inovação para startups, empresas e investidores, que resultou no estudo "Panorama Latam", esses negócios receberam US$ 34,2 milhões em aportes na Série B apenas no Brasil (média de 2021).
É importante destacarmos que nos anos anteriores, as logtechs brasileiras não haviam recebido qualquer investimento nessa série. México, Colômbia e Argentina também fizeram parte da pesquisa e apresentaram resultados semelhantes.
Um dos motivos é que os investimentos aumentam à medida que as startups crescem e, até poucos anos, as empresas de tecnologia voltadas para supply chain não tinham tanta presença de mercado.
Mas considerando a expansão pela qual estão passando, vale a pena destacá-las na pesquisa de investimentos em logtechs na América Latina da Movile.
Números da pesquisa de investimentos em logtechs na América Latina
A pesquisa de investimentos em logtechs na América Latina é um dos recortes do "Panorama Latam", relatório preparado pela Movile e conduzido pela Distrito, que fez uma análise de cinco anos de investimento de risco recebidos pelo Brasil, Argentina, México e Colômbia.
Tendo como base os resultados de todos os tipos de startups, e não somente as voltadas para supply chain, entre os anos de 2017 e 2021 esses quatro países receberam, juntos, US$ 28.663 bilhões em aportes, resultado de um total de 4.200 deals, os quais foram distribuídos da seguinte forma:
Brasil: US$ 17.517 bilhões = 2.569 deals;
México: US$ 5.862 bilhões = 876 deals;
Colômbia: US$ 3.232 bilhões = 417 deals;
Argentina: US$ 2.050 bilhões = 338 deals.
No que se refere especificamente às logtechs, o percentual total de investimento recebido na América Latina foi de 4,8%, e de deal 4,1%.
Para servir como comparação, vale destacarmos as porcentagens recebidas pelas outras startups. Por exemplo, as que tiveram mais aporte entre os anos de análise foram as fintechs, com 35,5% de todo o investimento recebido por esses países, o que representa 24,9% dos deals realizados.
Dividindo a pesquisa de investimentos em logtechs na América Latina por país, chegamos aos seguintes números.
Brasil
O Brasil recebeu um total de US$ 17.517 bilhões em investimentos nos cinco anos do estudo. Esse montante é resultado de 2.526 aportes concluídos.
As startups de supply chain ficaram com 6,4% dessa quantia, fruto de 3,5% dos deals totais.
Quanto aos valores recebidos, assim como mencionamos logo na abertura deste artigo, a média de 2021 da Série B foi de US$ 34,2 milhões, a maior obtida entre os quatro países analisados. A logtech que se destacou no nosso país foi a Loggi, que captou US$ 488 milhões.
México
A startups mexicanas foram alvo de 876 deals, o que levou ao recebimento de US$ 5.863 em investimentos. Desse valor, 3,4% ficaram para as startups de supply chain, que representaram 4,9% dos deals do país.
A média de aportes de 2021 foi de US$ 50 milhões na Série B, sendo que antes desse ano o México também não havia captado investimentos para logtechs nessa série.
Colômbia
Na Colômbia foram investidos US$ 3.232 milhões em startups como resultado de um total de 417 deals.
Desse montante, 2,0% foram para as logtechs colombianas, uma fatia de 6,0% de todos os deals do país.
A maior média obtida por essas startups foi em 2020, em que receberam US$ 22,5 milhões na Série B.
Argentina
Dos 338 deals de startups argentinas, que resultaram em US$ 2.050 bilhões em investimentos, 4,4% desse dinheiro foram para as logtechs, cuja fatia dos deals foi de 0,4% — o menor entre os quatro países pesquisados.
Outro diferencial entre a Argentina e os demais países, é que o maior aporte foi na Série A, com média de US$ 3,6 milhões em 2021.
Dica! Aproveite e leia também o artigo: "Desafios de logística no Brasil e as tecnologias que estão disruptando esse mercado"
O que mais diz a pesquisa de investimentos em logtechs na América Latina
A pesquisa de investimentos em logtechs na América Latina nos mostra um importante cenário de crescimento para esse tipo de startup.
Como você pôde notar, a análise do panorama dos últimos cinco anos revelou que essas empresas estão se destacando e conquistando fatias significativas de investimento.
A Loggi, por exemplo, está entre as startups brasileiras que mais captaram no período analisado, marcando presença no ranking que é ocupado por nomes como a fintech Nubank e a foodtech iFood que, inclusive, é uma das investidas da Movile.
Não podemos deixar de citar que o fato de as logtechs receberem menos aportes se dá ao fato que o número total de startups desse tipo também é menor em comparação às demais.
Ou seja, é possível entender que se trata de um volume proporcional entre a quantidade de empresas voltadas para supply chain e os investimentos oferecidos.
Para ilustrar melhor esse cenário, é importante que você saiba que, segundo a Distrito, o panorama de logtechs de 2020 no Brasil era de 283 startups.
Entretanto, considerando o avanço tecnológico e a identificação de novas soluções para cadeia de suprimentos e logística, a tendência é que o número de logtechs aumente, bem como os investimentos recebidos por essas empresas.
Para conferir outras percepções da pesquisa da Movile, leia o artigo "Como se comportaram os investimentos de risco na América Latina nos últimos cinco anos?"
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Ah! E não deixe baixar agora mesmo a pesquisa "Panorama Latam" completa para conhecer os números dos outros tipos de startups!

Redação | Movile Orbit